Artigo - A Engenharia que agrega valor ano 2019

O engenheiro e fundador da PROJETO-A ENGENHARIA Régis Chrystian da Silva fala ao site Informativo dos Portos sobre a engenharia que agrega valor

Artigo - A Engenharia que agrega valor ano 2019

A engenharia que agrega valor

A ENGENHARIA, por se tratar de um campo científico de aspecto multidisciplinar, possui importante papel na construção do atual modelo operacional portuário brasileiro. Por meio de técnicas matemáticas e construtivas foi possível desenvolver o setor portuário que iniciou o século XX aprisionado em sistemas logísticos rudimentares devido a carência tecnológica para a infraestrutura de apoio, bem como para as embarcações.

O século XXI chegou e com ele uma imensidão de alternativas de engenharia e tecnologia a disposição do setor portuário a fim de torná-lo cada vez mais eficiente, arrojado e seguro.

A engenharia civil é responsável pelas interações estruturais de um terminal portuário, desde as edificações, fundações, contenções de taludes e plataformas até o controle mecânico geomorfológico. Um dos desafios da engenharia civil junto ao setor portuário trata-se da estabilização do movimento do solo nos pátios de armazenamento de contêineres ocasionado pelas tensões e cargas pontuais, distribuídas e móveis.

Um dos aspectos de relevância das estruturas portuárias é o consumo de eletricidade, proporcionalmente ligado a eficiência operacional e a nova ordem mundial que diz respeito a gestão de energias ISO 50001:2011. A engenharia elétrica pode ajudar o setor portuário a desenvolver mecanismos de movimentação mais limpo como o exemplo de usar a energia cinética produzida durante o descarregamento de um contêiner no porão do navio onde o próprio peso do contêiner gera movimento e produz energia mecânica que pode ser convertida em energia elétrica e devolvida a rede de distribuição interna.

Não há como considerar o desenvolvimento de um determinado setor econômico se as práticas deste segmento não estiverem comprometidas com o consumo racional de recursos naturais, bem como a conservação ambiental local e global. Alguns dos aspectos econômicos mais significativos de um terminal portuário, ou seja, onde se gasta mais dinheiro, estão relacionados diretamente ao consumo de recursos naturais como o caso do consumo de óleo diesel para movimentação do maquinário e o consumo de energia elétrica para o abastecimento da estrutura. A engenharia ambiental é capaz de promover o equilíbrio entre os aspectos e impactos ambientais do setor, permitindo que haja o desenvolvimento por meio do legítimo atendimento a legislação e praticas sustentáveis que promovam a racionalização de recursos.

O setor portuário já registrou índices alarmantes de acidentes de trabalho permanecendo entre as primeiras colocações do ranking nacional dividido por atividade econômica. O segmento apresenta características desafiadoras para o controle dos inúmeros perigos e riscos iminentes a atividade. A engenharia de segurança do trabalho possui como foco viabilizar modelos de sistemas de gestão que permita a padronização de ações a fim de tornar as atividades portuárias seguras por meio do atendimento a legislação, capacitação de pessoas, procedimentos exeqüíveis, tecnologias de controle e principalmente a construção de um DNA prevencionista que comprometa desde a alta direção até cargos mais simples da organização, pois lucro algum se justifica quando a segurança e saúde das pessoas estão em jogo.

De fato, a “ENGENHARIA” no sentido amplo da palavra, é capaz de agregar ao setor portuário a sustentabilidade necessária para que o segmento se desenvolva no ritmo que o Brasil precisa no atual momento, provido de honestidade de propósito, ética e responsabilidade.